quarta-feira, 9 de janeiro de 2008


Sabe as vezes eu queria um amor ridículo, inconveniente, asfixiante e consumidor que não me desse espaço para pensar, queria um amor que me fizesse berrar até a garganta sangrar. Que me fizesse estiletar o braço com seu nome. Um amor que me escutasse chamando seu nome de cidades à distância e acalmasse o caos do universo com um simples abraço. Um amor cujo beijo me desse frio na barriga e cujo corpo no meu me possuísse de tal forma que eu não conseguisse parar de chorar, borrando a maquiagem e inchando meu rosto. E que mesmo nesse estado ele me chamasse de a mulher mais linda do mundo, a única. Que me desse dor de cabeça de tanto pensar nele e que essa dor só parasse com um beijo. Alguém que morresse de ciúmes de todos meus amigos e me xingasse toda vez que ficasse insegura. E que pudesse curar essa insegurança com um simples olhar ou demonstração de afeto. Um amor que me instigasse a tatuar seu nome por lugares espalhados do meu corpo, que pertence só a ele. Que me fizesse comprar seu perfume, e usá-lo em todas as minhas roupas para cheirá-las e senti-lo quando ele não estivesse comigo. Que me fizesse escrever poemas e músicas intensas explicando por A+B porquê de ele ser a razão da minha vida. Que quando lesse se calasse e quando eu menos esperasse, falasse que me amava. Alguém que escolhesse minha roupa, penteasse meus cabelos e pintasse as unhas do meus pés. Um amor que me fizesse cozinhar um jantar a luz de velas com vinho branco e existisse sobre trilha sonora sexy e sedutora. Alguém que eu pudesse contar todos os meus segredos mais íntimos e irreveláveis sem medo de julgamento. Que me fizesse escrever cartas quilométricas em rolos de papeis higiênicos. Com que eu pudesse tomar banho de espuma, sair do banheiro nua e assistir filmes debaixo do cobertor no quarto refrigerado. E que o ar condicionado nos deixasse doentes para cuidar um do outro. Alguém a quem eu desse comida na boca, lambuzasse de sobremesa e depois lambesse o corpo inteiro. Alguém com quem eu tirasse milhares de fotos intimas para poder fazer uma parede dos nossos momentos e decora-lás com o sangue do meu dedo. Com quem todos os dias fossem diferente, que todos fossem como a primeira vez. Queria ter asas e dividi-las com ele e quando ele não estivesse por perto me fizesse cair. Queria um amor pelo qual eu pudesse morrer, para tornar lindo o ato de viver.

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